sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Alfabetização e a pedagogia do empowerment político



Na EJA, o professor precisa ter em mente que não está “formando” cidadãos e muito menos trabalhadores, tudo isso eles já são. Trabalhar com a EJA é muito diferente de trabalhar com as crianças. O professor precisa instigar esses alunos a conhecerem os seus direitos, propiciar atividades em que eles percebam o porquê de estarem organizados, que somente unidos aos seus pares é que eles terão força, que é através da participação nas associações do bairro, por exemplo, que eles vão conseguir modificar a realidade onde estão inseridos. Que é através das lutas na associação ou nos sindicatos que eles vão conseguir ser ouvidos, mas para planejar essas atividades, os professores precisam ser conhecedores das realidades desses alunos, é preciso ouvir esses alunos lá na casa deles, é preciso ir à associação do bairro, ouvir o líder comunitário. Colher essas falas e fazer um levantamento se essas falas realmente revelam a realidade da maioria, numa assembleia, que chamamos de devolução das falas, esse é para mim o momento mais rico do trabalho. A escola do SEJA, onde atuo aqui em Alvorada, é a única que ainda trabalha com o planejamento e a organização do ensino por complexo temático.

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