Organizado em Seis Totalidades de Ensino, sendo as três primeiras (Totalidades Iniciais) referentes aos anos iniciais do ensino fundamental e as três últimas (Totalidades Finais) referentes aos anos finais do ensino fundamental.
A base curricular está organizada em quatro áreas do conhecimento:
- Expressão - Língua Portuguesa, Língua e Cultura Estrangeira: Espanhol ou Inglês, Educação Física e Arte-Educação;
- Ciências Físicas, Químicas e Biológicas;
- Ciências Sócio-Históricas e Culturais: História, Geografia e Ensino Religioso;
- Pensamento Lógico-Matemático.
Nesse sentido, não é uma proposta que se fecha em si mesma: apresenta possibilidades de flexibilização frente às realidades de cada comunidade; proporciona acréscimos a seu fazer.
Organização do Complexo Temático:
- Levantamento de temas, apontando dimensões e possibilidades;
- Definição do foco do Complexo, organização de informações e ângulos significativos;
- definição do princípio de cada área, expressando a compreensão do papel da área sobre o foco;
- elaboração do plano de trabalho da área, concretizando o o princípio para atingir a compreensão do foco;
- compatibilização e reelaboração no coletivo, ação coletiva sobre o planejamento feito;
- seleção do conjunto de idéias que serão trabalhadas em cada Totalidade de Ensino;
- socialização das seleções realizadas;
- definição coletiva das linhas de ação;
- construção de parcerias;
- problematização, tendo em vista o próximo Complexo Temático.
- Elaboração de uma estratégia didática acordada pelo coletivo da escola;
- articulação de ações-práticas motivadoras, com sentido diante do processo de conhecimento desencadeado pelo Complexo Temático;
- problematização do conhecimento trazido para a situação de aprendizagem;
- vivência de um processo "original", com continuidade e coerência, que não termina nunca de ser construído;
- existência de esforço para que o trabalho pedagógico ocorra diante de uma escola concreta, de educandos concretos e problemas contextuais vividos;
- a contextualização dos conhecimentos sistematizados em cada área do curricular, atendendo a realidade expressa pelo Complexo Temático;
- o Complexo Temático tem o potencial de transformar a realidade;
- busca do significados e sentidos da aprendizagem e do que se faz;
- todo o contexto escolar, organizado a partir do Complexo Temático torna-se pleno de informações e significados;
- a aprendizagem será tanto mais significativa quanto mais relações o Complexo Temático estabelecer;
- a concretização de um conjunto de decisões sobre os conteúdos e ações curriculares que dão coerência e continuidade a tudo o que ocorre na escola;
- busca de parcerias e articulações de recursos retirando o máximo de proveito dos mesmos;
- supera a visão de que o processo de ensino e aprendizagem é fundamentalmente, transmissão de conteúdos, visando-o como construção e reconstrução e até mesmo assimilação de saberes e conhecimentos.
As reuniões das quartas-feiras têm sido um espaço privilegiado onde realizamos além do planejamento e socialização de todo trabalho, dos avanços/permanência dos alunos, dentre outras atividades de rotina, debatemos sobre estudos em educação de Jovens e Adultos e reavaliamos nossa práxis.
Observação: No início do SEJA em Alvorada, eu trabalhava na E.M.E.F. Podalírio Inácio de Barcellos, fiz vários estudos, passei a ser convidada a dar palestras, seminários e conferências em vários municípios da Região Metropolitana, em Universidades e para professores da rede pública estadual de ensino. Axuliei a implantar essa modalidade de Ensino nas escolas: E.M.E.F. Antônio de Godoy e E.M.E.F. Paulo Freire e em 2006, voltei a trabalhar perto da minha casa na E.M.E.F. Alfredo José Justo onde pretendo me aposentar ainda este ano.
Agradecimento:
Agradeço, especialmente, a tutora Andrea Gallego, pois foi sua intervenção, através de um comentário nesse blog, na postagem sobre a Presencial do Seminário Integrador que me levou a buscar nos meus apontamentos subsídios para essa postagem e rever o material que há muito estava guardado devido ao simples fato de que não tenho sido mais solicitada a falar da minha grande paixão que é a Educação de Jovens e Adultos.
Referências:
- BRANDÃO, Carlos R. Pesquisar-Participar. In: BRANDÃO, Carlos R. (Org.). Repensando a Pesquisa Participante. São Paulo: Brasiliense, 1985.
- DEMO; Pedro. Pesquisa e construção de conhecimento. Rio de Janeiro. Tempo Brasileiro 1997.
- ________. Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo: Atlas, 1981.
- FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 24. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
- ________. Cartas à Guiné Bissau. Registros de uma experiência em processo. 4ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.
- ________. À sombra desta mangueira. 2ª ed. São Paulo: Olho d’Água, 1995.
- ________. Professora Sim, tia não. Cartas a quem Ousa Ensinar. 12ª ed. São Paulo: Olho d’Água, 1993.
- ________. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa. 24ª ed. São Paulo: Paz e Terra. 1996.
- GORODICHT, Clarice; Souza, Maria do Carmo. Complexo Temático. In Silva, Luiz Heron. Escola Cidadã: Teoria e Prática. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
- PISTRAK. Fundamentos da escola do trabalho. São Paulo: Brasiliense, 1981
- ROCHA, Silvio. Uma organização possível a partir de uma perspectiva dialética do currículo. Porto Alegre: SMED, 1994
- VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Superação da lógica classificatória e excludente da avaliação: do "é proibido reprovar" ao é preciso garantir a aprendizagem. São Paulo: Libertad, 1998. (Coleção Cadernos Pedagógicos Libertad, v.5).
- PORTO ALEGRE, Secretaria Municipal de Educação. Em busca da Unidade Perdida Totalidades de Conhecimento - Um Currículo em Educação Popular: Cadernos Pedagógicos nº 8, junho, 1996.
- ________. Escola Cidadã: construindo sua identidade. Revista Paixão de Aprender nº 9, dezembro, 1995. Ciclos de Formação - Proposta Político-Pedagógica da Escola Cidadã.
- ________. Planejando as totalidades de conhecimento na perspectiva do tema gerador. Cadernos Pedagógicos nº 13, agosto, 1998.
- ________. Fazendo a diferença: a educação especial na Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre. Cadernos Pedagógicos nº 20, janeiro, 2000.
- ________. II Congresso Municipal de Educação: teses e diretrizes. Cadernos Pedagógicos nº 21, março, 2000.