quarta-feira, 3 de outubro de 2007

As teorias sobre Teatro na Escola






Postagem no Blog iniciada no dia 04/10/2007, concluída em 20/10/2007 e refeita em 09/11/2007.

Neste semestre, iniciamos os estudos sobre como trabalhar teatro em sala de aula. Após fazer as leituras obrigatórias e dar umas garimpadas na web em busca de mais subsídios, inicio a sistematização dos meus estudos e passo a contextualização da teoria estudada para construir o meu inventário criativo sobre o Teatro na Escola.
Segundo Taís Ferreira as manifestações de caráter teatral e dramáticas, acompanham a humanidade e sua evolução. “Mesmo os homens pré-históricos já usavam máscaras e fantasias de animais, imitando-os, para atrair uma caça farta. O teatro surge a partir dos rituais sagrados, nos quais os homens tentavam, através de canto, dança e representações, dominar e entender a natureza, além de agradar e homenagear os deuses sagrados”. Com este texto pude conhecer a evolução do teatro através dos tempos.
No texto A Experiência Criativa, pude conhecer as atividades que podemos estabelecer em sala de aula para desenvolver experiências criativas e inspiradoras.
Ao ler o texto Improvisação: da espontaneidade romântica ao momento presente de Gilberto Icle, percebi que: “Existem muitas modalidades de improvisação e que dos procedimentos e modalidades de improvisação teatral mais comum entre nós podemos destacar dois: o jogo dramático e o jogo teatral. [...] O jogo teatral – theater game - foi sistematizado por Viola Spolin, nos Estados Unidos, e se diferencia do jogo dramático, principalmente, porque no primeiro há a necessidade de se estabelecer regras precisas que envolvam os princípios teatrais, dentre as quais o estabelecimento da relação palco/platéia, ou seja, jogadores que atuam e jogadores que assistem. Além disso, Spolin (1987) propõe um Ponto de Concentração para cada jogo, pautando a atuação dos jogadores em regras pontuais a serem observadas durante a atuação e a serem discutidas na avaliação. A idéia de Instrução, também é uma característica diferenciadora do Jogo Teatral, pois o orientador do jogo pode instruir os participantes durante o próprio jogo a fim de garantir o andamento do mesmo e o melhor cumprimento das regras”.
Já no texto Aula de Teatro é teatro de Cleusa Joceleia Machado, a autora traz que “... não basta a intencionalidade. O evento teatral é o encontro de alguém que assume um papel e comunica algo e outro que aceita e assiste. Guinsburg (op.cit.) aponta a existência do texto, do ator e do público como os elementos fundamentais para constituir o ato teatral. Para o autor, estes elementos constituem um sistema aberto, sujeito aos diversos enfoques e combinações...”
O texto Formas de abordagem dramática na educação de Ana Carolina Müller Fuchs, revisado por Antônio Falcetta, apresenta algumas formas de abordagem dramática na educação, que são:
1. O Play Way ou Método Dramático é a utilização do teatro como recurso para outras aprendizagens.
2. O Teatro Criativo tem como base o jogo dramático e introduz a idéia de que a atividade teatral deve ser considerada uma disciplina e ter seu lugar no currículo escolar.
3. O Movimento Criativo se apóia na experiência do movimento expressivo, principalmente no que se refere à dança e ao teatro. O precursor desse movimento foi Rudolf Laban, que pesquisou as características do movimento como base para a expressividade. Segundo ele, a compreensão do movimento pode possibilitar uma visão mais ampla da atividade humana.
4. O Teatro Escolar consiste na apresentação de espetáculos por alunos em suas escolas. No começo do século, essa era a única atividade dramática na escola. Atualmente a representação de peças é vista como uma das possibilidades de sala de aula, e as apresentações se desenvolvem a partir dos jogos criativos e de trabalhos de improvisação.
5. O jogo dramático já descrito anteriormente se mantém como uma abordagem contemporânea do teatro na escola. Mais voltado para a subjetividade pressupõe as relações de cada indivíduo com seu imaginário e com sua expressividade. Está ligado ao faz-de-conta infantil. É uma prática lúdica individual ou em grupo que propõe a improvisação de um tema ou situação previamente escolhida. Não implica a participação de uma platéia. Não tem como objetivo a apresentação ou a representação de algo, mas sim a apropriação dos mecanismos fundamentais do teatro.

6. Os jogos teatrais são uma abordagem contemporânea do teatro na educação. É um sistema de aprendizado da linguagem teatral desenvolvido pela pesquisadora norte-americana Viola Spolin e baseado na improvisação. Spolin compreende o fazer teatral como uma construção individual que ocorre na interação entre os indivíduos e destes com os problemas de atuação. A proposta dos jogos teatrais está relacionada à “fisicalização”, que é tornar físico, expressar e trazer para o plano material o que há no plano das intenções, das imagens, das sensações e dos pensamentos. Seu método inclui jogos que propõem um desafio a ser resolvido e que inclui a relação entre quem improvisa e quem assiste, entre alunos-atores e platéia. A platéia é entendida como um grupo ativo que observa, analisa e retorna ao grupo que está jogando suas percepções e compreensões sobre o acontecido como recurso para a reelaboração do trabalho. Dessa forma, o aluno constrói o seu próprio fazer e o do grupo num trabalho dinâmico. Importante: a utilização de determinada abordagem teatral no contexto escolar não exclui as outras. É preciso saber de forma clara e coerente os objetivos que se pretende alcançar e buscar os melhores caminhos para atingi-los, tendo como princípio que o fazer teatral deve ser construído a partir das necessidades e desejos de todos os sujeitos envolvidos no processo. Assim, pode-se fazer do teatro um recurso riquíssimo para aprendizagem de outras disciplinas, assim como transformar jogos e brincadeiras em verdadeiros espetáculos. É possível ainda fazer de uma representação um momento ímpar de descobertas e aprendizagem para todos.

Concluo que o teatro na escola é mais um recurso que podemos usar para que o aluno se reconheça como sujeito da sua aprendizagem, pois através da prática cênica ele terá um campo aberto para exercitar a sua criatividade ao explorar a sua intuição e as suas emoções de forma mais concreta que, certamente o levará a ter mais consciência de si mesmo e do mundo que o cerca.

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