Segundo Monique Deheinzelin, ao construir narrativas, a criança brinca com a realidade e encontra um jeito próprio de lidar com ela.
A distinção entre ficção e realidade ainda está em desenvolvimento nos anos da Educação Infantil - um aspecto que sempre deve ser considerado nas conversas com os pequenos. Isso se relaciona com uma das características mais vivas do pensamento da criança: o sincretismo, ou seja, a liberdade de associar elementos da realidade segundo critérios pessoais, pautados principalmente por afetividade, observação e imaginação.
É importante que o professor não tire conclusões precipitadas sobre as narrativas. O aluno ao falar de uma briga violenta, por exemplo, não quer dizer que isso aconteça na casa dele. "Não é possível saber a quem as crianças se remetem com seus personagens", segundo Ana Paula Stahlschmidt.
Faz muitos anos que eu não trabalho com crianças na faixa de idade dos 03 aos 7 anos, mas lembro bem do meu filho nessa fase em que muitas vezes parecia que ele estava misturando tudo e que quando questionado ele dizia: Bom eu acho...
Fonte:
Reportagem publicada na Revista Nova Escola - Edição 224 de Agosto de 2009 Título Original: Tem um monstro no meio da história.